"Eu tento não me perder, mas
não é fácil. Outrora os meus dedos souberam exactamente o que escrever e o meu
cérebro nem tinha de se esforçar para saber o que dizer. Hoje já não é assim.
Os meus dedos curvam-se na esperança de te agarrar e o meu cérebro grita o teu
nome. Diria que passei a ver o mundo a preto e branco, mas quem me dera ter
sempre o dark bem pertinho.
Rezo para estar bem longe do
mundo. As pessoas só atrapalham o que pode ser fácil. Não sei se sou ouvida ou
compreendida pelo mundo. Mas também não me preocupa tal coisa. Sei que a minha
voz soa boa aos ouvidos de quem realmente importa. Três meias centenas não
chegam para me separar da melhor sensação do mundo. Não sei se compreendes o
quão fundamental és para a minha existência. Dependo mais de ti do que algum
dia pensei ser possível. As lágrimas caem involuntariamente e manter o controlo
é impossível. Sem dar por ela, estou a chorar desalmadamente. Pior que um
poster, a tua imagem está estampada em todo o lado e a tua voz ribomba em todos os cantos
do meu inconsciente. O teu cheiro está colado a mim e a imagem das tuas mãos a
envolverem-me é disparada em slides mentais.
Corro, mas não saio do lugar.
Grito o mais alto que posso mas poucos são os que de facto me ouvem. Perdi-me.
Perdi-me em ti e não encontro o caminho de volta. Na verdade, nem tenho forças
para o procurar. Como procuro aquilo que não quero?"
Encontrei isto, perdido aqui no computador. Vindo directamente dos piores tempos que vivi. E que bom é olhar para trás e perceber que caminhei para a luz. Obrigada a ti. Por tudo. Por eu ser parte de ti.
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