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quinta-feira, 20 de março de 2014

Espécie de coisa #1


"Eu tento não me perder, mas não é fácil. Outrora os meus dedos souberam exactamente o que escrever e o meu cérebro nem tinha de se esforçar para saber o que dizer. Hoje já não é assim. Os meus dedos curvam-se na esperança de te agarrar e o meu cérebro grita o teu nome. Diria que passei a ver o mundo a preto e branco, mas quem me dera ter sempre o dark bem pertinho.
Rezo para estar bem longe do mundo. As pessoas só atrapalham o que pode ser fácil. Não sei se sou ouvida ou compreendida pelo mundo. Mas também não me preocupa tal coisa. Sei que a minha voz soa boa aos ouvidos de quem realmente importa. Três meias centenas não chegam para me separar da melhor sensação do mundo. Não sei se compreendes o quão fundamental és para a minha existência. Dependo mais de ti do que algum dia pensei ser possível. As lágrimas caem involuntariamente e manter o controlo é impossível. Sem dar por ela, estou a chorar desalmadamente. Pior que um poster, a tua imagem está estampada em todo o lado e a tua voz ribomba em todos os cantos do meu inconsciente. O teu cheiro está colado a mim e a imagem das tuas mãos a envolverem-me é disparada em slides mentais.
Corro, mas não saio do lugar. Grito o mais alto que posso mas poucos são os que de facto me ouvem. Perdi-me. Perdi-me em ti e não encontro o caminho de volta. Na verdade, nem tenho forças para o procurar. Como procuro aquilo que não quero?"

Encontrei isto, perdido aqui no computador. Vindo directamente dos piores tempos que vivi. E que bom é olhar para trás e perceber que caminhei para a luz. Obrigada a ti. Por tudo. Por eu ser parte de ti.

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