Páginas

domingo, 23 de novembro de 2008

Addiction.

As dores de cabeça estavam-me a consumir aos poucos. Estava rodeada de insectos grandes e gordos que zumbiam à minha volta. Nada nem ninguém os conseguia deter.

Decidi viciar-me. Viciar-me para esquecer. Aliás, para viver. Viciei-me ao que chamo A Minha Droga. Um escape à vida, uma fuga ao indesejável, um esconder do que não quero.
A droga, é da melhor. Não me deixa dormir, não me deixa concentrar-me, não me deixa ser livre. Invade-me o sono, perturba-me a concentração, prende-me de uma maneira mais forte do que eu alguma vez esperei. Não há risco de overdose.
Os dedos percorrem as teclas do telemóvel e digitam a mensagem que nunca é enviada. Os olhos vagueiam no horizonte à espera do impossível (ou então focam o retrato que torna belo o monstruoso). Os ouvidos, bem, esses, não se cansam da mais bela melodia.
Tudo seria fácil se a droga não viciasse como vicia. Tudo seria fácil se as palavras tivessem mais sentido e a presença fosse total.

Se estivesse por aí, nunca mais te largava vício. Se pudesse, saía do mar directa para a areia para que esta ficasse colada a mim, para que o vicio ficasse colado a mim.


Grito alto e ninguém me ouve. Acho que falo uma língua diferente. Mas sempre assim o foi, agora não muda.
Vício mais agradável... vício mais saudável.