Páginas

domingo, 10 de agosto de 2014

Sal, uma série a que ainda falta... sal.

       Sal prometia muito. Um projecto que me parecia ambicioso, capaz de explorar novos caminhos do humor português e que reunia três pessoas cujo trabalho eu sigo: César Mourão, Rui Unas e João Manzarra. A ideia de ver estes três nomes na mesma série deixou-me com expectativas altíssimas.

       A série começou devagar e com desilusões e surpresas. O Manzarra é menos actor do que eu imaginei. O Salvador Martinha (humorista num género que não aprecio) tem muito mais piada do que eu pensava. O César, mesmo num boneco com tudo para ser irritante, é uma aposta segura e ganha, com graça em tudo o que faz. O Unas também correspondeu ao que eu esperava.

      Em Sal tudo acontece devagar. Não sei se é porque quiseram dar um ar cinematográfico à coisa, mas ali tudo é lento e isso quebra (pelo menos, para mim) o ritmo de muitas das graças.
      Ainda sobre as piadas há a ressalvar o facto de os guionistas não terem sido capazes de descortinar quais as piadas que só funcionam escritas e as que também funcionam ditas - infelizmente, muitas das primeiras foram escolhidas para entrar na série e, sem surpresas, não resultaram bem. 

        Houve momentos em que me ri muito.
       A cena inicial com o Camané e a busca pelo Salvador é hilariante. A expressão da cara dele, os tempos de resposta, tudo ali funciona. Ri-me. 
       As primeiras vezes que aparece o Mourão também me fizeram gargalhar. O Vitor Norte também esteve bem.
       A sequência da entrada dos quatro protagonistas no aeroporto é muito cómica: o Salvador a oferecer autógrafos, a filmar a multidão que idolatra os outros três e o desconhece; o César em modo vedeta e o Unas a idolatrá-lo. 
       O momento em que o sujeito que vem do mar de cadeira de rodas também foi engraçado.

       Mas houve pontos muito baixos.
       A cena da decisão do guião do filme, em que o Salvador está a mandar ideias sobre a introdução de extraterrestres na história não resulta. As piadas não o são, a cena é demasiado longa e não acrescenta nada de útil à história. É uma daquelas que tem piadas que resultariam escritas.  
       O momento em que surge o Lorenzo também está estranha, lenta e fez-me querer mudar de canal.
       A piada sobre a miúda McCann pareceu-me super forçada.

       Estranhamente, o melhor do episódio foi o teaser com as cenas a ver nos próximos.

       Se tivesse de qualificar este episódio numa escala até cinco, seria um três
       Sal marcou, já com o primeiro episódio, pela inovação, por um género que nunca vi feito em português. O conceito promete e acho que ontem foi só um "cheirinho" daquilo que virá nas próximas semanas. Foi isso que ficou: uma vontade de ver o próximo episódio porque o primeiro só me soube a uma leve introdução com muito pouco... sal.
       
       

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Acho que esse é o sentimento generalizado. Veremos o que nos trará o segundo episódio...

      Eliminar
  2. Eu diria que isto tem tudo uma grande falta de sal :P

    ResponderEliminar
  3. Não achei nada de extraordinário, estava há espera de muito mais daqueles quatro. Acho que o Unas e o Mourão são bons mesmo, é no improviso, sem guiões.

    ResponderEliminar