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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Enrolado.


Depois de desligar o telefone sentei-me no meu sofá de pele. Vi a sala rodar sobre mim como se eu fosse um eixo mas já nem tinha a certeza para que lado roda o mundo. O meu parece rodar no sentido oposto dos outros.
Parei para pensar e acendi o cigarro. Ele mata-me aos poucos e dá-me vida. Cada pedaço de mim que esmorece, é um pedaço salvo da vida que tenho de levar. Se as imagens não fossem distorcidas, haveria mais gente a lutar e menos a fraquejar, perdendo-se pelo caminho e acabando junto de pedras.
Abri os olhos e quis ver o que me rodeava pelo menos mais uma vez. A única coisa que vi foi um nevoeiro denso que me ofuscou da realidade pura onde cirando aos tombos desesperando ajuda. Esfreguei os olhos. Continuei a ver o mesmo. Talvez o erro não seja meu, ou então já estraguei demais e os vícios não me deixam voltar atrás.
Como se de uma linha se tratasse puxei os tempos passados da minha vida para junto de mim e assim quis acabar enrolado nos nós da existência e nas subtilezas do não haver.

2 comentários:

  1. Olá! O texto está interessante...
    Eheheh... Ainda tou a espera do dia de ir jgr o vol.2 ai...
    Fica bem e continua a escrever...

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  2. não é "vês" é "vez"
    o texto e interessante, mas e misterioso. tal como todos os outros que tenho lido ultimamente de voces os dois :)

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